The Hunchback of Notre Dame (1996)

Written by Filipe Manuel Neto on February 24, 2018

Um dos melhores filmes Disney dos anos Noventa.

Este filme conta a história de Quasimodo, o sineiro da Catedral de Notre Dame de Paris, que vive escondido por causa da sua deformidade e de um tutor opressivo, que também é o principal juiz da cidade. Com base no romance de Victor Hugo, este filme animado tem direcção de Gary Trousdale e Kirk Wise, um roteiro de Tab Murphy e um elenco competente de vozes lideradas por Demi Moore, Tom Hulce e Tony Jay. A música foi feita por Alan Menken e foi nomeada para um Óscar na categoria correspondente.

Estamos perante um dos melhores filmes animados que a Disney lançou nos anos Noventa. As animações são muito boas, em cores vivas que ficam bem na tela e possuem um brilho correcto, sem exageros. O roteiro também é bom e faz uma adaptação, leve e bem pensada, da história original, feita para leitores adultos e, portanto, muito diferente da que este filme nos traz. Aqui há mensagens simples como a aceitação das diferenças, os valores da coragem e da honestidade, o amor sincero "versus" o amor profano. A religião e a fé também são abordadas, com a catedral servindo como símbolo de fé e protecção, mas também de esperança. Os dois personagens principais (Frollo e Quasimodo) também foram muito bem pensados: Quasimodo é a prova viva do ditado popular "quem vê caras não vê corações" dado que a sua aparência disforme e perturbadora esconde um coração nobre e generoso; já Frollo é o oposto: é um homem aparentemente justo e que ocupa um cargo público que requer rectidão moral, mas tem um coração sinistro, onde a hipocrisia ocupa o lugar deixado vago pelo carácter. Sem dúvida, um dos melhores vilões que a Disney já criou.

O trabalho dos actores de voz foi muito bem feito e não merece críticas negativas. O mesmo se pode dizer dos momentos musicais, poderosos e profundos. Destaco, em especial, a canção de abertura "Os Sinos de Notre Dame", tão bela na versão original como na versão dobrada para o Português de Portugal. A principal excepção é a canção "Um Como Tu". A canção é bonita, o problema não é ela mas o ponto do filme onde ela surge, em meio ao clímax do filme, onde não se encaixa, servindo apenas para o cortar ao meio. Em suma, e apesar de uma ou outra falha, este é um óptimo filme para toda a família, agradará a crianças e adultos e ficará na memória de todos.