Os Filhos da Terra IV: A Ceifa (1996)

Escrito por Filipe Manuel Neto el 3 de enero de 2021

Entretém o público e vale a pena ver Naomi Watts, mas é só.

Este filme é o quarto da franquia Filhos da Terra e foi lançado directamente em vídeo, e sem conhecer o grande ecrã. Foi melhor assim, é um filme bastante fraco e não justifica a nossa atenção, a não ser que goste muito da franquia ou tenha curiosidade suficiente para o ver mesmo assim.

A história contada é fraca e está cheia de problemas de lógica e de credibilidade, portanto nem tente ver o filme se não resistir à tentação de pensar muito acerca do que vai ver. Tudo assenta num mal súbito que ataca as crianças de uma cidade rural do Nebraska, todas em simultâneo. Após febres elevadíssimas, elas assumem outras identidades que não a sua e começam a ter comportamentos estranhos e violentos, culminando na morte de vários adultos. A tudo isto irá assistir uma jovem enfermeira, que está na cidade para apoiar a sua mãe doente.

O filme é mau e não tem virtualmente uma ponta de ligação com os filmes anteriores ou o conto de Stephen King, mas tem o condão de entreter bem o público graças a uma boa direcção, de Greg Spence, que soube tornar o filme apelativo, manter um bom ritmo e ter um final decente. O filme sabe construir ‘suspense’, e sabe como, pelo menos, envolver o público e dar-lhe uma boa dose de mortes macabras e sangrentas.

O elenco é decente o suficiente, na medida em que faz o que precisa. Naomi Watts é a surpresa do filme. Aqui num começo de carreira, ela mostra já o talento que irá desenvolver futuramente em trabalhos de maturidade. Ao lado dela está Karen Black, uma veterana que também fez um trabalho eficaz. Jamie Renée Smith, William Windom e Brent Jennings também se mostraram muito competentes em personagens secundárias.

O filme não tem características técnicas notáveis, muito pelo contrário. Concebido para vídeo, é um filme que carece de elementos cinemáticos e realmente cheira a “televisão”. Os efeitos especiais e visuais são fracos e raramente utilizados. Os cenários e figurinos são satisfatórios, mas desinteressantes. A cinematografia é televisiva, para dizer o mínimo.