Os Filhos da Terra: Fugitivos (2018)

Written by Filipe Manuel Neto on January 15, 2021

Sofrível, geralmente.

A franquia Filhos da Terra tem sido bastante profícua na tarefa de fazer proliferar filmes de terror de qualidade duvidosa. Este filme, feito e lançado directamente para vídeo, sem passar pelos cinemas, é uma sequela directa do filme de 2009 e começa mais ou menos onde ele parou: após ver o homem que ama desaparecer no milheiral para a morte certa, Ruth, grávida, foge de Gatlin e de uma vida que a condenaria, mais tarde ou mais cedo. A vida seguiu o seu rumo e ela, agora mãe solteira, aprende a sobreviver sozinha, sempre em fuga dela mesma, perseguida por alucinações e visões. É assim que encontra emprego como mecânica numa cidade isolada, onde vai tentar reerguer a sua vida. Mas a entidade maléfica dos campos de Gatlin promete não deixar em paz aquela que lhe escapou.

Sinceramente, não senti que o filme fosse assim tão mau como alguns disseram ser. Tudo bem, como filme de terror definitivamente não funciona, nunca me senti assustado e a tensão existente é dramática, mas não causa medo a ninguém. Porém, a história é boa o suficiente e a personagem principal, tal como o filho desta, são duas personagens que o roteiro desenvolve o suficiente para lhes darmos alguma atenção e não ficarmos, simplesmente, à espera para ver se morrem. Não é um filme longo, não perde muito tempo com coisa alguma. Gostei da maneira que o roteiro explora a relação entre mãe e filho, tornando-a credível e um dos pontos sólidos da trama.

O elenco é sofrível, não faz um trabalho particularmente notável e simplesmente aparece onde e quando é necessário. Lynn Andrews foi particularmente irritante, mas Sara Moore não ficou muito atrás, apesar de ser bastante eficaz nas cenas de morte e massacre. A excepção a esta norma são os dois actores principais da trama: Jake Ryan Scott foi bom, mas é Marci Miller que merece destaque pelo seu empenho no papel principal.

Tecnicamente, o filme é decente o suficiente. A cinematografia e os efeitos não trazem nada de surpreendente, mas os efeitos cumprem bem o seu papel, os cenários e figurinos são bons, e realmente ajudam a criar o ambiente certo para a história. Mas nada disto justifica o filme, que provavelmente só irá interessar a quem quiser, como eu quis, ver a franquia completa.